(Já que ninguém ma passou,) apanhei esta corrente aqui, e cá vai:
1 - Existe um livro que lerias e relerias várias vezes?
Será que querem perguntar 'Existe um livro que leste e releste várias vezes'? Se assim for: Sim, Os Maias.
2 - Existe algum livro que começaste a ler, paraste, recomeçaste, tentaste e tentaste e nunca conseguiste ler até ao fim?
Há: Debaixo do Vulcão, do Malcolm Lowry. Acabei por ver o filme, do John Huston.
3 - Se escolhesses um livro para ler para o resto da tua vida, qual seria ele?
Isso é muito tempo (espero eu!). O volume IV da edição portuguesa das Obras Completas do Borges.
4 - Que livro gostarias de ter lido mas que, por algum motivo, nunca leste?
Um dos livros de não ficção do Martin Amis ( o 'algum motivo' é que nunca foram traduzidos por cá).
5- Que livro leste cuja 'cena final' jamais conseguiste esquecer?
Não é bem 'cena final' e li há pouquíssimo tempo, mas acho que não me vou conseguir esquecer: os dois últimos capítulos de Um punhado de pó, do Evely Waugh. Parece que foram, pura e simplesmente, enxertados no final do livro, sem se atender ao que se passou nas quase 200 páginas anteriores ( na realidade foi mais ao menos isso que aconteceu: esta 'segunda parte' era um conto de Waugh, já publicado numa revista americana).
6- Tinhas o hábito de ler quando eras criança? Se lias, qual era o tipo de leitura?
Sim. Os livros da Enid Blyton, como toda a gente da minha idade. Os meus preferidos eram os da série Mistério, e a minha personagem favorita o Gordo.
7. Qual o livro que achaste chato mas ainda assim leste até ao fim? Porquê?
Nenhum: quando não estou a gostar abandono e passo a outro rapidamente. Por acaso recentemente, excepcionalmente, insisti mais do que o razoável com um : foi 'A casa da Russia, do John le Carré, mas acabei por desistir faltava aí um quarto para o final.
8. Indica alguns dos teus livros preferidos.
Fiesta, Hemingway, A montanha Mágica, Thomas Mann, O Jogador, Dostoievsky, Daisy Miller, Henry James, Os Maias e O crime do Padre Amaro, Eça de Queiroz, Morrem mais de Mágoa e Ravelstein, Saul Bellow, O Americano Tranquilo, Graham Greene, Uma agulha no palheiro, Salinger, Desgraça e Elizabeth Costello, J.M.Coetzee. O teatro de Oscar Wilde. As obras completas de Jorge Luis Borges. Retratos e Auto-retratos e Às avessas, Vasco Pulido Valente, Os filmes da minha vida, João Bénard da Costa. History of Western Philosophy, Bertrand Russel, Palimpsest: A Memoir, Gore Vidal. O meu último suspiro - as memórias de Luis Bunuel (escritas com Jean-Claude Carriére). Estes são alguns, sem nenhuma ordem especial.
9. Que livro estás a ler neste momento?
Época de acasalamento de P.G.Wodehouse e Século Passado de Jorge Silva Melo.
10. Indica dez amigos para o Meme Literário:
8 comentários:
hey hey, meu Deus, acabei de fazer dois posts enormes, que me obrigaram a 35 minutos de trabalho e a suportar, por agora, umas leves dores nas costas. da próxima vez que vier ao computador da minha irmã (eu não tenho computador, juro), vou tentar responder a isto.
abraço
(o livro do russell é muito bom é)
Possa, 35 minutos.
Eu tenho computador, mas ao contrário do pm tenho de comparecer a um local de trabalho, onde, à semelhança do pm, não trabalho. Vou responder ao meu primeiro inquérito de silly season (muito obrigado!) em breve. Vim só aqui avisar que há pelo menos 2 livros de não ficção do Amis editados em Portugal: o autobiográfico Experiência e o ensaístico-histórico Koba, o Terrível, alcunha de Estaline, o bonzinho. Contudo, não está editada nenhuma colecção de críticas ou peças jornalísticas dele, a que talvez te quisesses referir.
Abraço
Tenho os 2, gostei muito do primeiro e ando a ler o segundo.
Queria, precisamente, referir-me às colecções de críticas ou peças jornalísticas dele.
Pois, agora que te leio lembro-me que falamos disso. Ando à espera para ler o Experiência em inglês. A prosa do Amis parece-me deixar parte do brilho e do ritmo para lá da fronteira do português. Também já devo ter dito isto antes. Eu esqueço-me e depois repito-me.
Curioso, comecei ontem a ler "O Americano Traquilo". Mas o que mais me surpreendeu foi o "Fiesta" (que não li). Os meus favoritos do Hemingway são "Por quem os sinos dobram" e "Adeus às armas".
Li e reli o Fiesta na adolescência, é mesmo o 'meu' livro, mas depois quase todos os livros do Hemingway me desiludiram. Concordo com o Harold Bloom, que acha o Fiesta o único romance ao nível dos seus contos.
E segundo dizem as traduções da Teorema não são grande coisa. Eu sou um bocado insensível a isso, a não ser que o português da tradução seja mesmo mau.
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