terça-feira, 14 de julho de 2009

Canção de amor e saúde

Depois do excelente ‘Rapace’, “CANÇÃO DE AMOR E SAÚDE” foi para mim uma grande desilusão. Esta curta tem semelhanças com a anterior – João Nicolau é um realizador, para não dizer que é um auteur : dá-nos o retrato de uma geração (glup!) através de uma mera personagem; mantém um tom joãocesarmonteiriano e original ao mesmo tempo; e saca da cartola planos fantásticos (a sequência dos créditos iniciais é uma ideia magnifica).

Mas perde a concisão do filme anterior e entra em devaneios escusados e que para mim não fizeram qualquer sentido. Dá a ideia que tinha filme para 10 minutos e resolveu esticá-lo para meia hora, enchendo o tempo com sequências por vezes bonitas mas que esquecem o excelente inicio. Ou se calhar o que lhe interessava era filmar essas sequências surreais, os raccords pouco usuais, os planos estranhos e arranjou uma história à sua volta. Seja como for nunca me pareceu bater a bota com a perdigota, diluindo-se muita da originalidade que lhe reconheci em ‘Rapace’.

‘Rapace’ parecia um filme da maturidade, ‘Canção de amor e saúde’ parece um filme dum puto talentoso a armar ao pingarelho.

(HM)

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