quarta-feira, 10 de junho de 2009

Da relação entre os filmes e o sítio onde os vemos


A primeira vez que vi Death Proof foi em antestreia nacional no Festival de Curtas de Vila do Conde. Um público entusiasta e fanático de Tarantino vibrou ao longo de todo o filme e delirou na cena final, que teve direito a hurras e aplausos (1). Depois vi-o no circuito comercial, numa sala não muito cheia mas ainda assim com o público a aderir totalmente, tendo uma vez mais a cena final sido brindada com aplausos (2). E agora vi-o em casa em dvd e pela primeira vez desiludiu-me um pouco. Sem aquele ambiente vibrante, sem o grande ecrã, não me soube ao mesmo. Quem disse que só os Technicolors e afins não são a mesma coisa num ecrã pequeno?

Notas de rodapé, à maneira de Martin Amis:
(1) Geralmente o ambiente nos festivais é propício a valorizar os filmes, mas nem sempre. Ultimamente no Fantas, tenho reparado numa tendência irritante do público para se rir em todas as cenas e mais algumas, mesmo quando não metem piada nenhuma. É uma atitude condescendente e parva que já me levou a embicar com alguns filmes. Por outro lado, não teria aguentado a Maratona Zombie em Sitges sem o público espectacular, muito dele vindo directamente da marcha zombie, que enchia uma sala decadente no centro da vila, e se manteve a noite toda em grande forma, aplaudindo, comentando, berrando, gritando olés... E quase sempre oportunamente!

(2) Claro que as salas têm a desvantagem do cheiro das pipocas, das pessoas a conversar, dos telemóveis a tocar... Não é fácil arranjar o ideal, uma sala composta, mas com uma assistência educada.

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